A produção gráfica de Paula Modenesci traça territórios imaginários onde morfologias vivas se desdobram em arranjos precisos, forjando cenários que transitam entre o orgânico e o extraordinário. Sua linha, ao mesmo tempo rigorosa e sinuosa, edifica estruturas mínimas que convergem em conjuntos complexos, evocando organismos ou florações de existência improvável.  

 

Nesses domínios visuais, surgem entidades ambíguas - silhuetas que se fundem em tramas intrincadas, construções que subvertem noções de espaço e matéria. Cada elemento parece capturado em permanente devir, prestes a transmutar-se em outra configuração inesperada.  

 

Trata-se de uma produção que opera por sugestão e não por declaração; que propõe antes que afirma. Cada trabalho constitui um enigma visual a ser decifrado, onde prevalece a soberania do que nunca existiu, mas que, paradoxalmente, se faz reconhecível.

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